Viagem interior

Há cinco anos, me reinventei e comecei a falar sobre motos, carros, moda, viagens, cultura e bem-estar.

Recebi o convite de uma das melhores marcas de calçados do Brasil, a “Louie”, para assinar com eles, uma bota. Dei umas ideias e criamos juntos, um produto com inspiração nas motocicletas. Em breve, vou escrever sobre essa experiência. Hoje, tô aqui pra contar que fui até Franca, no interior de São Paulo, para acompanhar a produção da bota. E é claro que fui de moto.

Então escolhi a Road Glide Limited da Harley-Davidson pra fazer essa viagem. São 400km de distância entre as cidades. Eu já gostava dela, mas depois dessa viagem, foi a minha eleita, como a melhor motocicleta de 2020 no quesito: longas distâncias. Fiz questão de usar o piloto automático, para evitar multas e preparei uma playlist específica. Moto com som, eleva a experiência as alturas.

Na ida, fui de manhã e passei um pouco de calor. Principalmente depois de Ribeirão Preto. Essa moto tem duas malas laterais e outra um pouco maior, na parte de trás. Então pude levar câmera fotográfica, roupas, e tudo o que eu levaria se fosse de carro. Nada de mochila.

Na volta, resolvi sair às 3:00hs da manhã. Assim, evitaria o calor, mas o motivo principal, era tomar café da manhã com os filhos.
Era dia 27/11/2020, um dia antes do meu aniversário de 45 anos. Peguei a estrada e ao invés do calor, senti um pouco de frio. Lembrei que a moto tem aquecedor de manoplas, e vi que realmente funcionam.

Olhei pro céu, e não me lembro de ter visto tantas estrelas na minha vida. Percebi um luz dourada do meu lado direito, quando olhei, era a lua cheia, enorme! Me emocionei e vou guardar pra sempre essa cena na minha memória. Foi aí que começou a Viagem Interior. A trilha sonora se conectou com o cenário. Eu estava sozinho na estrada.

Pensei no meu pai, na minha trajetória, nos perrengues, vitórias, na família, e só agradeci por estar vivendo aquele momento.
Em viagens de moto, as sensações ficam bem mais afloradas.

Assim que o dia estava amanhecendo, parei no acostamento pra fotografar. Além dos registros na memória, eu queria compartilhar essa viagem com as pessoas.

Cheguei em casa, ganhei beijos e abraços das crianças. A Lu tinha acabado de me escrever pra saber se eu já ia pegar a estrada. Quando viajo de moto, costumo mandar a minha localização em tempo real pra ela, por segurança. Mas dessa vez não usei esse recurso, pra não estragar a surpresa.

Essa viagem foi uma, ou muitas sessões de terapia. Inesquecível!

Agora estamos em janeiro de 2021, e eu desejo que esse ano seja mais tranquilo, e melhor pra todos nós!